
VETO A AMORIM EM CAPELA GEROU INCIDENTE
A inauguração do comitê político da chapa majoritária e proporcional que tem o apoio do prefeito de Capela, Manoel Messias Sukita (PSB), que estava marcado para sábado (07), não foi realizado e gerou um incidente em razão da presença do deputado federal Albano Franco (PSDB) na casa de Sukita e porque o candidato ao Senado pelo PSC, Eduardo Amorim, foi impedido de subir no palanque.
Sukita lançaria os seus candidatos para as próximas eleições: governador Marcelo Déda (PT), senador Valadares (PSB) e os proporcionais Valadares Filho (federal) e Adelson Barreto (estadual), ambos também do PSB. A razão que provocou a suspensão da inauguração do comitê foi que o prefeito Manoel Messias Sukita não aceitou que o candidato ao Senado pelo PSC, deputado federal Eduardo Amorim, subisse ao palanque, já que ele não teria o seu apoio. Essa decisão fez com que o governador Marcelo Déda retornasse a Aracaju imediatamente, o que foi acompanhado pelo senador Antônio Carlos Valadares.
O prefeito de Capela admitiu que houve um mal entendido e chegou a culpar coordenadores da campanha de passarem informações equivocadas ao governador: “foi uma questão de pilha errada”, disse ele, ao mesmo tempo em que isentou o deputado federal Albano Franco, candidato independente ao Senado pelo PSDB, de ser o desagregador do relacionamento entre ele e a chapa que vota.
Relato – Manuel Messias Sukita disse que estava certo de receber o governador Marcelo Déda às 20:30 horas do sábado (07), no comitê eleitoral que seria inaugurado, dentro do que fora marcado. Por volta das 19 horas, chegou em sua casa o deputado federal Albano Franco, para conversar com Sukita sobre apoio à sua candidatura ao Senado: “conversei com Albano, assim como estive com o deputado federal José Carlos Machado (DEM) na sexta-feira (06), em minha loja, em Aracaju”, disse.
Sukita disse que não havia nada acertado para colocar o candidato tucano ao Senado, Albano Franco em cima do palanque, com o objetivo de constranger alguém: “recebi Albano em minha casa, no horário diferente que havia marcado com o governador Marcelo Déda”, explicou.
Segundo Sukita, quando estava em conversa com o deputado tucano, o presidente do PT, Silvio Santos, entrou em contato por telefone com ele para avisar que o candidato ao Senado pelo PSC, Eduardo Amorim, e dizer que ele subiria ao palanque.
- Por que Amorim vai subir no palanque, se está rompido com o senador Valadares, logo em Capela? Perguntou Amorim e ouviu de Silvio Santos no outro lado da linha: “não tem jeito, vai ser cumprido o protocolo político”. Sukita insistiu: “não entendo dessa forma”. E Silvio foi definitivo: “se Eduardo Amorim não subir, o governador Marcelo Déda não vai”.
Albano está? – O governador Marcelo Déda, já a caminho de Capela, ao lado do senador Valadares, ligou para o prefeito Manuel Messias Sukita logo em seguida e perguntou se Albano Franco estava com ele. Ouviu a confirmação e a explicação de que estava conversando sobre apoio do prefeito de Capela ao Senado Federal.
Do outro lado da linha, o governador Marcelo Déda avisou: “Eduardo Amorim tem que subir no palanque”. E Sukita respondeu: “não é possível por um motivo simples: o PSC em Capela não vota Valadares para senador e está com João Alves Filho (DEM) para governador”.
O governador Marcelo Déda avisou a Sukita que iria a sua casa, onde se encontrava Albano Franco: “o deputado tucano até se animou: “Déda vem para cá? É bom porque tenho algumas coisas para conversar com ele”. Segundo o prefeito de Capela: “Déda e Albano sempre se deram bem e reservei até uma sala para os dois conversarem”, disse.
Entretanto não aconteceu assim. O governador Marcelo Déda sequer entrou na casa do prefeito Sukita e alegou dificuldades políticas em relação a estar em um palanque sem toda a chapa majoritária que o acompanha. Pediu que fosse cancelada a inauguração e marcaria outra data para vir a Capela.
Fechou tudo – O prefeito Manuel Messias Sukita chegou a pensar antes que “já que não podia votar em Eduardo Amorim, votaria apenas no senador Valadares”, mas terminou fechando com Albano Franco na noite de sábado (07), depois de todo o incidente que culminou com o cancelamento da inauguração do comitê.
Para Sukita a questão toda foi uma espécie de terrorismo que colocaram para o governador Marcelo Déda: “não houve nada demais, porque Albano não iria subir no palanque”, disse e continuou: “entretanto, se insistissem em colocar Eduardo Amorim, o deputado Albano Franco subiria também”.
O prefeito de Capela disse que “se Albano Franco constrange o governador Marcelo Déda, o deputado Eduardo Amorim constrange o grupo político que está comigo”. E continuou: “a minha história com Marcelo Déda vem desde o início. Ajudei a construir o projeto e fiquei chateado pela forma como foi passada a informação ao governador”.
- Afinal, qual o crime que cometi ao receber um ex-governador em minha casa? Pergunta Sukita e adianta que vai trabalhar pedindo voto para Dilmar Rousseff – presidente, Marcelo Déda – governador, Valadares – senador, Valadares Filho – deputado federal e Adelson Barreto para deputado estadual. Segundo Sukita, nada contra Eduardo Amorim, até me preparei para votar com ele, mas as coisas não andaram como o combinado.
Sukita diz que tem o governador Marcelo Déda como um irmão mais velho e “o senador Valadares é o meu pai político. Não posso votar contra o meu governador [Déda] e nem contra Valadares”, disse e concluiu admitindo que houve um “mal entendido muito chato, mas que não atingiu os nossos compromissos” e aconselhou ao assessores “que antes de passar informações ao governador, que ouça primeiro as duas partes. Talvez assim evitem desentendimentos do tipo que ocorreu sábado (07) em Capela.fonte:faxaju