segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Brasil tem talento, falta apostar no design


Hans Donner alerta os empresários brasileiros que dão pouco valor ao tema
Responsável por cerca de 25 anos pelas aberturas de programas e vinhetas da Rede Globo, Hans Donnerdisse durante sua palestra na HSM ExpoManagement 2010 que é muito triste ver um país como o Brasil, que é alegre, rico e dinâmico, não valorizar o próprio design. “Brasileiros não apostam no talento brasileiro que jorra em qualidade. Preferem visitar a feira de móveis de Milão”.

Na opinião do designer, há algumas empresas no País que têm dado mais atenção ao assunto e estão desempenhando bem esse papel. Como exemplos, cita o Banco Itaú, a marca esportiva Topper e a área de design industrial. “O Steve Jobs está decolando por oferecer conteúdo, tecnologia e design”, afirmou.

Donner acredita que isso deve mudar. O designer considera que mesmo marcas como Google, Microsoft e Globo têm data de vencimento. “O que já foi moderno está velho. Brasília, a cidade mais nova do Brasil, é velha ‘pra’ caramba. Assim como tudo que fiz na Globo. Tudo tem tempo contado”, disse.
De acordo com o designer, foi um grande desafio colocar a cor prata na Rede Globo. Ele queria pintar os carros da frota da rede dessa cor, mas na época, a indústria automotiva não a usava. Foi falar com o Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), que amou a ideia. “Prata era importante pois era moderno, tecnológico”.

Com a saída de Boni da Globo, Donner comentou que a rede de televisão ficou mais democrática, mas sente saudades do tempo em que trabalhava com o “big boss”. Ele dizia: quero o melhor do mundo. E Donner fazia. “Não porque eu era o melhor, mas porque juntava um monte de malucos para fazer o melhor”, disse o designer.

Em sua palestra na Estação de Conhecimento Brasil: Presença na Gestão que Dá Certo, Hans Donner destacou fatos engraçados de sua carreira. Um deles ocorreu no lançamento do programa TV Pirata, em que a abertura não havia ficado pronta a tempo. Por conta desse imprevisto, o apresentador Cid Moreira teve que conduzir o Jornal Nacional de modo mais lento para dar tempo de o material ir ao ar. “Fiquei mais de mil noites sem ver a cama”, afirmou. “Hoje, o que mais curto é saber que uma criança se encanta com o meu trabalho”, finalizou.

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