terça-feira, 28 de setembro de 2010

PESQUISAS DO CATETE.


Instituto de pesquisas tem fundação do PT e sindicatos entre os clientes

Entre os clientes da Meta estão a Fundação Perseu Abramo, do PT, sindicatos e órgãos públicos gaúchos. Flávio Eduardo Silveira é integrante do PT, deu aula na UFRGS, na PUC/RS e na Unisinos. De acordo com Jalcira das Virgens, diretora da empresa, o contrato com a Secom permitia contratar até R$ 5 milhões em pesquisas no ano. Mas o valor efetivamente realizado referente ao contrato de 2009 foi de R$ 2.776.010,44 e, no contrato de 2010, de R$ 711.277,07.

Reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", há duas semanas, mostrou que a empresa foi contratada em 1992 pela Federação de Economia e Estatística, na gestão da hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff. De acordo com a reportagem, os auditores do Tribunal de Contas do Estado constataram que a fundação presidida por Dilma favoreceu a Meta, segundo eles criada seis meses antes para vencer um contrato de R$ 1,8 milhão (valor corrigido). A empresa gaúcha foi a única a participar da concorrência devido à complexidade e falta de publicidade do edital. O TCE aprovou, no entanto, as gestões de Dilma à frente da Fundação.

Diretora da Meta não explica como pesquisa é feita

De acordo com Jalcira, a falsificação de documentos "não deveria ter acontecido e causou prejuízo para nós". Estudante do 4 período de Ciências Sociais da PUC/RS, ela é identificada em documentação enviada à Secom para o contrato em vigência como diretora-administrativa. Perguntada sobre a estrutura da pesquisa, capaz de colher 12 mil questionários pelo país, ela diz não saber precisar o número de coordenadores "freelancers" que o instituto tem pelo país:

- São vários coordenadores nos estados. Nem sempre são os mesmos. Mas não me sinto à vontade para dizer os nomes.

No mercado desde 1991, a Meta atua nas áreas de "diagnósticos sociais, empresariais e eleitorais". Ligados à vida acadêmica, pesquisadores que foram à Justiça contam que nunca prestaram serviços para a empresa.

- Jamais assinei qualquer contrato. Acredito que meus dados foram conseguidos na plataforma Lattes, do CNPq, e também graças uma senha que só pessoas ligadas à vida acadêmica têm. No material entregue à prefeitura havia até informações sobre outras pesquisas que tínhamos feito para a Meta - diz um dos sete que tiveram a assinatura falsificada e pediu para não ser identificado.

Carolina Benevides e Maiá Menezes
O Globo.com

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