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terça-feira, 10 de agosto de 2010

JORNAL DO CATETE

Homem abusa de crianças de 6 e de 9 anos



ABERRAÇÕES

O caso aconteceu em Rosário. Lá outra história também chama a atenção: menina de 14 anos estuprada há mais de um ano ainda espera teste de DNA

A cada dia casos de abusos sexuais praticados contra me­nores se reverberam com cada vez mais intensidade pelo in­terior do Estado. Na semana passada foi a vez de Rosário registrar mais um. Na última segunda, 2, a Polícia Civil do município prendeu o desem­pregado Genival dos Santos, o Eugênio ou Xeri, 48, acusa­do de praticar atos libidinosos contra duas crianças, uma de seis e outra de nove anos, ir­mãs. "Como Genival era vizi­nho, a mãe das crianças sem­pre pedia para ele cuidar de­las quando saía para trabalhar e deixava a chave da casa com ele. Então ele pedia para o me­nino sair e ficava sozinho com elas", explica o delegado Ed­son Nixon Santos Costa.

A mãe das crianças não quis falar sobre o assunto, mas no depoimento as meninas expli­cam exatamente o que acon­tecia. "Ele pulou em cima, de mim e ficou se roçando", dis­se a de nove anos. De acor­do com o delegado, não che­gou a haver penetração, mas o acusado teria se masturba­do no rosto das duas meninas, Quando perguntadas porque não haviam contado o caso à sua mãe, as crianças disseram que não o fizeram porque es­tavam sendo ameaçadas. "Ele colocou uma faca no meu pescoço e disse que ia matar a gente se eu falasse a alguém", disse a de nove anos.

Segundo Edson Nixon, a po­lícia só teve conhecimento do fato porque as crianças con­taram a história a um guarda municipal em quem já tinham confiança. "O guarda imedia­tamente chamou a mãe de­las e foram ao conselho tute­lar. Genival não pôde ser preso em flagrante porque o caso já tem dois meses, mas como ele continuava ameaçando as me­ninas, aí sim, pode-se aplicar a Lei Maria da Penha e realizar o flagrante", esclarece Nixon.

Em seu depoimento, Eugê­nio desmentiu parte das acu­sações, mas confirmou que havia se masturbado na frente de uma das meninas, Ao Cin­form, no entanto, ele desmen­tiu a própria fala. "Eu nunca fiz isso. Falei aquilo só porque estava nervoso. E essa história de que eu tinha a chave é men­tira, Eu olhava as meninas de lá de casa mesmo. Nem entra­va", garante o acusado.

Quando perguntado sobre o motivo que as meninas teriam para inventar tal mentira, Eu­gênio tem a resposta na pon­ta da língua, "É que a mãe de­las me deve R$ 40, então ficou com raiva de mim e fez isso para revidar, Aí está forçando as crianças a falar essas coi­sas", defendeu-se.



INDIGNAÇÃO

Outro caso que também cha­ma a atenção em Rosário é o da jovem D.S.P. 14. Há mais ou menos um ano ela foi estuprada, engravidou e hoje, a filha de três meses nos ços, ainda não conseguiu o exame de DNA para encontrar o verdadeiro autor do crime. Ela jura que o ato foi praticado pelo seu pai, mas a justiça afirma que não existem provas concretas que possam levar a tal conclusão.

"Na época fizemos o inquérito policial, investigamos e caminhamos à pericia, mas não pudemos indiciar ninguém porque não se pode ter certeza de quem fez isso. Ela disse que foi o pai, mas também já chegou à dizer que foi um amigo da família. Então é complicado a gente se basear somente nisso. Tem que ter o DNA", explicou o delegado Ed­son Nixon. "A nossa parte já foi feita, agora é com o Ministério Público", completou Edson.

D.S.P. não hesita em acusar o pai. "Quando eu estava na casa dele ele mandava a mulher sair e quando ia me levar do sofá para a cama fazia aquele negó­cio. Só que ele dizia pra eu não contar isso pra ninguém por­que se não eu ia morrer", rela­ta a adolescente.

À ESPERA DO DNA

A mãe da menina, a dona de casa Maria de Fátima da Silva, 33, diz não ter dúvidas de que foi o seu ex-rnarido. "Ela mora­va com ele desde os nove anos. Quando veio para cá já esta­va com três meses de grávida, e ele não queria que ela viesse e nem queria procurar a Jus­tiça, porque estava com medo. Aí começou a colocar a culpa em um rapaz que morava co­migo. Mas como pode? A me­nina nem vinha para cá, só fi­cava na casa dele", acusa a mãe.

"E ela tem problema nas per­nas, nem anda, como pode ter sido outra pessoa? Como vou ter dúvidas? Ela me contou tu­dinho. Disse até que ele embe­bedou ela com vinho. E o pior é que ele tem AIDS e deve ter pas­sado para ela", afirma, indigna­da. Mais indignação ainda Ma­ria de Fátima mostra quando fala sobre o exame de DNA, que ainda não foi feito. "Dis­seram que tinha que esperar o bebê nascer. Ele já nasceu, e nada. A gente chegou até a ir a Aracaju pra fazer, mas quando chegou lá disseram que o Governo não tinha liberado a ver­ba. Mas a gente, como é que fica?", questiona Maria.

O assessor da Secretaria de Segurança Pública - SSP -, Lu­cas Rosário, estranhou a acu­sação de Maria de Fátima e acredita que não foi isso o que aconteceu. "Na verdade, o san­gue é colhido no IML e man­dado para a Bahia, não existe nenhuma burocracia nisso. O problema é que como vai para outro Estado, o resultado de­mora a sair, já que a demanda é grande. É bom checar essa informação com a promoto­ra", recomendou Lucas.

A equipe do Cinform foi ao Fórum do município para ter acesso ao processo e en­tender exatamente por que o exame não foi realizado, mas um funcionário informou que não estava conseguindo ter acesso à documentação. Vários contatos foram fei­tos com a promotora Pollya­na Aguiar para explicar a si­tuação, mas ela pediu à sua assessora para informar que não poderia passar nenhuma informação sobre o caso.

Matéria Extraida do Jornal Cinform
Fotos/Marcelle Cristinne

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