ROSÁRIO, " SEM PREFEITO". CLIMA TENSO PERMANECE.
TRE determinou a manutenção do afastamento de Etelvino. Novas testemunhas dizem ter recebido grana de Laércio, apoiador do eleito.
por Thiago Rocha.
TRE determinou a manutenção do afastamento de Etelvino. Novas testemunhas dizem ter recebido grana de Laércio, apoiador do eleito.
por Thiago Rocha.
A situação política do prefeito e o vice de Rosário do Catete, Etelvino Barreto, oVino, PMDB, e Alexsandro Araújo, PT, parece estar cada vez mais complicada. Primeiro, eles tiveram o mandato cassado por suposto abuso de poder econômico na eleição de 2008, depois a oposição lançou a acusação de que a esposa de Vino, Maria das Graças Barreto, recebia indevidamente da Prefeitura um salário de quase R$ 5 mil.
Na última terça, 20, o Tribunal Regional Eleitoral TRE - julgou o agravo que pedia a suspensão da cassação e, além de negar o pedido, definiu que não haverá eleições no município até o julgamento da Ação Cantelar. Enquanto isso, a cidade está sendo administrada interinamente pelo presidente da Câmara, o vereador Hélio dos Santos, PV; que já empossou os novos secretários. Ele preferiu não se manifestar sobre o assunto, mas a reportagem do Cinform conversou com a sua base aliada.
MUDANÇAS
Um dos secretários empossados é Antônio José da Silva Filho, na Secretaria de Administração.Segundo ele, a cidade 'está vivendo um momento muito difícil por conta da má administração e da instabilidade política' pela qual Rosário vem passando nesse momento. "Na época das eleições eu apoiei Vino, mas logo depois saí do grupo por não concordar com a maneira como as coisas vinham sendo levadas", diz Antônio José.
Outra que também 'mudou de lado' foi a vereadora Maura Cecília, PDT, que foi eleita pela coligação de Vino, mas logo no início do mandato passou a lhe fazer oposição. "Ali é um grupo de ditadores, de corruptos, de pesssoas que fazem política voltada para elas mesmas e não para o povo", justifica a vere adora. Ela completa: "O município está abandonado. Não tem infraestrutura, as obras nunca são finalizadas, duas escolas foram fechadas".
O ex-prefeito e novo secretário de Articulação Política, Dernival Rodrigues, confirma a situação. "Há sete meses a Prefeitura não recolhe a contribuição do INSS e há cinco meses o FPM - Fundo de Participação dos Municípios está bloqueado", afirma. "Eu não entendo como uma cidade que arrecada uma média de R$ 3,5 milhões passa da metade do mês e não tem um centavo para a folha de pagamento", completa Dernival Rodrigues.
DENÚNCIAS
O também ex-prefeito e atual assessor administrativo da Câmara, Wagner Quintela, PSB, que disputou as eleições de 2008 com Vino, se diz indignado com a situação de Rosário e chama Laércio Passos, PMDB ex-prefeito e principal aliado de Vino -, de 'mentiroso'. "Laércio tem a síndrome do Pinóquio. Ele vem com a desculpa de que Vino não tinha recursos para comprar voto, mas na verdade tudo isso foi feito com dinheiro público da administração dele. E as provas são concretas. Está tudo nos autos", afirma Wagner:
Em relação às acusações de abuso de poder econômico, o guarda municipal José Auricio dos Santos se diz VÍtima de suborno e confirma a situação. "No dia 30 de setembro de 2008 Laércio foi lá em casa e me ofereceu R$ 3 mil pra que minha família votasse em Vino. Aí ele me levou no carro dele e me deu 30 notas de R$ lOO", confessou José Auricio.
O também ex-prefeito e atual assessor administrativo da Câmara, Wagner Quintela, PSB, que disputou as eleições de 2008 com Vino, se diz indignado com a situação de Rosário e chama Laércio Passos, PMDB ex-prefeito e principal aliado de Vino -, de 'mentiroso'. "Laércio tem a síndrome do Pinóquio. Ele vem com a desculpa de que Vino não tinha recursos para comprar voto, mas na verdade tudo isso foi feito com dinheiro público da administração dele. E as provas são concretas. Está tudo nos autos", afirma Wagner:
Em relação às acusações de abuso de poder econômico, o guarda municipal José Auricio dos Santos se diz VÍtima de suborno e confirma a situação. "No dia 30 de setembro de 2008 Laércio foi lá em casa e me ofereceu R$ 3 mil pra que minha família votasse em Vino. Aí ele me levou no carro dele e me deu 30 notas de R$ lOO", confessou José Auricio.
Aurício diz que, apesar de ter recebido o dinheiro, nunca teve intenção de votar em Vino. "Tanto é que no outro dia Laércio mandou duas pessoas lá em casa pra obrigar a tirar a faixa de Wagner que estava na porta, mas eu disse que não ia fazer isso". Ele (Laércio) fez malandragem comigo. Então eu fiz com ele também", justifica Auricio.
Outra pessoa que também confirma as acusações de compra de voto é a dona de casa Valdete Barbosa Dorta. "Laércio chegou pra mim e disse: 'eu lhe dei essa casa e agora não quero que você me abandone'. Aí depois me enviou R$ 500 e mandou colocar uma faixa de Vino na minha casa sem minha permissão. Quando eu disse que ia arrancar, Laércio disse que eu não podia fazer isso porque foi ele quem tinha me dado a casa", se queixa Valdete. Com o dinheiro recebido, a dona de casa afirma ter comprado comida e um aparelho de DVD. Segundo ela, seu irmão também teria recebido dois cheques da Prefeitura no total de R$ 350, um no nome dele mesmo e um no nome do marido dela.
POPULAÇÃO
Entre os moradores da cidade há os que acham a decisão de afastar o prefeito justa mas há também os que defendem Vino com unhas e dentes. A professora Gisélia Maria dos Santos por exemplo, é uma destas pessoas. "Etelvino e um bom prefeito. Eu achei errado ele ser afastado, porque está pagando pelo que não fez. Mas Deus é justo, e ele há de voltar. pode ter mil eleições, mas eu vou votar sempre no 15", afirma Gisélia. Sua filha a dona de casa Tainan dos Santos, completa: "Wagner nunca fez nada por Rosário, e ainda saiu devendo. Ele pode até conseguir entrar agora, mas ele nunca vai ganhar pra Laéwrcio no voto.
Há ainda os que dizem não gostar da administração, mas preferem não fazer juízo de valor sobre a cassação. "O prefeito realmente não estava fazendo nada, e ainda por cima acabou com várias coisas, como a escola dos excepcionais e a biblioteca do colégio. Mas quem vai dizer se ele é culpado mesmo ou não é a Justiça", opina a auxiliar administrativa Maria das Graças Souza. O armador de construção civil Jorge de Oliveira tem opinião semelhante: "Não sei se é justo ou injusto, quem vai dizer é a Justiça. Mas na verdade a administração dele não estava boa, a cidade está uma bagunça", diz.
CONTRA PONTO
Durante a realização da matéria a equipe do Cinform tentou por diversas vezes entrar em contato com Etelvino Barreto para dar a sua versão sobre os fatos. Ao falar com a reportagem Vino afirmou que todos os informes contra ele e sua esposa se tratam de 'boatos da oposição', já que, segundo ele, 'não existem provas de nada'. "Quando o resultado saiu na terça eles fizeram festa, me xingaram, macularam minha imagem. É tudo uma armação", lamentou Vino. "Mas eu confio muito no Ministério Público e vamos entrar com outros recursos", garantiu o prefeito afastado.
Quando perguntado sobre as acusações de compra de votos, Vino foi enfático. "Voto não se compra. Se conquista". No que se refere à polêmica envolvendo o salário recebido pela sua mulher, Maria das Graças Barreto (que supostamente estaria ganhando R$ 4,8 mil por conta de uma gratificação de 200% sem nem sequer comparecer à cidade), o prefeito afastado garantiu que não há nenhuma irregularidade. "Ela é professora do município e pós-graduada", disse. Vino não quis entrar em detalhes sobre a quaritia que Maria das Graças recebe da Prefeitura, mas questionou: "E os outros professores, quanto é que ganham?".
Vino informou à reportagem que gostaria de realizar uma entrevista pessoalmente na sexta-feira pela manhã juntamente com a assessora de imprensa da Prefeitura, Cláudia Meireles mas a equipe do Cinform não conseguiu contato com ele para confirmar a reunião. No dia seguinte Vino informou que não havia visto as ligações e garantiu que a assessora entraria em contato para esclarecer os fatos, mas isso também não aconteceu. A reportagem não consegui falar com Laércio Passos que não atendeu o celular durante toda a semana.
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