segunda-feira, 23 de maio de 2011

Prefeituras compram remédios superfaturados e com validade curta


Fantástico mostra como funcionava um esquema de corrupção que desviava o dinheiro que o governo distribui para que os remédios cheguem à população.
 
Segunda-feira, 7h. Barão de Cotegipe, no Rio Grande do Sul. A Polícia Federal cumpre um mandado de busca e apreensão na casa mais rica da cidadezinha. É o endereço do empresário Dálci Felipetti, dono da Sulmedi, uma distribuidora de remédios. Dálci é dono também de um hotel, uma academia de ginástica e um hospital comprado por R$ 2,5 milhões.

No site da Sulmedi, o lema é "trabalho e seriedade". Mas, na segunda-feira, Dálci, a mulher e o filho foram procurados pela polícia. Cumpriram a prisão temporária determinada pela Justiça na "Operação saúde".

Naquela mesma manhã, 29 cidades de sete estados viram cenas parecidas: 64 pessoas, entre empresários, funcionários de prefeituras e até secretários de saúde sendo levadas para a prisão. Todas já foram soltas, mas estão indiciadas.

“Fraude a licitações é o que principalmente ocorre. Corrupção ativa e passiva em praticamente todos os casos. Formação de quadrilha, porque são grupos organizados”, diz a delegada Gabriela Prolle, da Polícia Federal do Rio Grande do Sul.

A investigação, que tem como alvo principal a Sulmedi, começou há dois anos. Objetivo: desfazer a rede de corrupção que desviava recursos federais do programa "Farmácia básica". Só no ano passado, o programa aplicou R$ 1,7 bilhões na compra de medicamentos para distribuição gratuita à população.

Segundo a polícia, o esquema partia das pequenas Barão de Cotegipe, onde fica a Sulmedi, e Erechim, sede de outras distribuidoras, e se espalhava sempre por cidades do interior, longe da concorrência com as grandes empresas do setor.

“É como se eles encontrassem um nicho de mercado, uma possibilidade de atuar onde ninguém havia atuado anteriormente”, diz Fabio Valgas, chefe da Corregedoria Geral da União do Rio Grande do Sul.

A fraude começava na licitação para o fornecimento dos remédios. Prefeituras ligadas à fraude enviavam os convites apenas às empresas envolvidas no esquema. Duas empresas faziam ofertas muito altas. A terceira, sabendo da proposta das outras, oferecia um valor menor e ganhava a disputa.

João Paulo de Carvalho é vendedor da cirúrgica Erechim e não sabe que está sendo gravado. Em conversa com o repórter Giovanni Grizotti, que se faz passar por funcionário de uma prefeitura, ele confirma o truque.

Repórter: E tu tem as empresas já pra me dar já pra convidar?
Representante de empresa: Eu tenho as empresas, mas eu não tenho aqui, tenho na loja.
Repórter: Aí eles vão da um valor maior.
Representante de empresa: Sempre maior.

Matéria completa no Fantástico.com
Fonte: Youtube

ATIVISTA COMENTA:

A CPI da Saúde em Rosário do Catete tende a descobrir muita coisa inclusive já recebemos a informação de que o Ministério Público Federal tende a auxiliar em algumas investigações. O Povo ROSARENSE encontra-se ansioso para o “inicio dos trabalhos”. 

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