Aracaju e Nossa Senhora do Socorro vivem um novo cenário na disposição dos seus resíduos sólidos. Esse mês, os municípios comemoram um ano do fechamento, respectivamente, dos lixões dos bairros Santa Maria (Terra Dura) e Palestina. A partir de abril de 2013, todo o lixo produzido nas duas cidades passou a ter como destino final o Aterro Sanitário do Município de Rosário do Catete.
Foram décadas ininterruptas de disposição inadequada do lixo nos municípios, afetando à saúde da população, poluindo de forma drástica as águas superficiais e subterrâneas das regiões através do chorume gerado, e também do ar pela geração do metano, além de provocar algumas colisões de aeronaves com urubus na proximidade do Aeroporto Santa Maria.
Há um ano, os lixões foram desativados atendendo ao que determina à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela a lei 12.305, sancionada em 02/08/10, e regulamentada pelo Decreto 7.404 de 23/12/2010, que prevê a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados em todos os municípios brasileiros.
Agora, os resíduos sólidos provenientes das duas cidades são coletados e levados a Unidade de Transbordo de Socorro. De lá, os caminhões de coleta domiciliar transferem o lixo recolhido para duas carretas maiores, que seguem então até o Centro de Gerenciamento de Resíduos (CGR) de Rosário do Catete.
“O processo de destinação final dos resíduos é realizado de modo mais eficiente e econômico, facilitando o percurso das cerca de 700 toneladas de lixo produzidas por dia”, explica o engenheiro Francisco Aragão, gerente geral da Estre Ambiental, empresa responsável por receber o lixo produzido também nas cidades de Pirambu, Rosário, Carmópolis, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros, Siriri, Riachuelo e Divina Pastora.
Palestra
Para marcar um ano do fechamento dos dois lixões, a Estre Ambiental promoveu a palestra “Disposição e tratamento adequado para o lixo urbano: evolução da cidade de Aracaju”, proferida pelo professor mestre Pedro Linhares. A palestra, realizada no auditório da Universidade Tiradentes, foi aberta ao público e reuniu estudantes, profissionais que atuam na área e interessados na temática.
Mestre em Geoquímica e em Química pela UFBa, o professor explicou o que caracteriza e classifica os resíduos sólidos e falou sobre as formas comuns de disposição de resíduos urbanos. “A classificação é feita de acordo com a origem, o tipo de resíduo, a composição química e a periculosidade”, disse.
Pedro Linhares lembrou que existe três formas de disposição: lixão ou vazadouro, aterro controlado e aterro sanitário. “Esse último é considerado uma das técnicas mais eficientes e seguras de destinação de resíduos sólidos, pois permite um controle eficiente e seguro do processo com a devida proteção ao meio ambiente e quase sempre apresenta a melhor relação custo-benefício”, afirmou.
O professor ressaltou que todo o projeto de aterro sanitário deve ser elaborado segundo as normas recomendadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e que a partir de agosto de 2014, os municípios brasileiros serão obrigados a tratar os resíduos de forma mais criteriosa e responsável com a extinção dos lixões.
“Todos os municípios teriam que elaborar seus Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e os estados os seus Planos Estaduais de Resíduos Sólidos até agosto de 2012. Os planos deveriam conter metas para eliminação e recuperação de áreas anteriormente ocupadas por lixões”, informou Pedro Linhares.
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